Ser Mamãe Miami leva grávidas para terem filhos em Miami, nos Estados Unidos

Conquista da nacionalidade americana é um dos motivos da viagem.

Pensar no futuro dos filhos é uma das preocupações dos pais desde a gestação. E, atualmente, há um passaporte para novos caminhos, sem exageros ou sentido fgurado. Brasileiras têm embarcado para Miami, a fim de realizar seu parto em solo americano. Há inclusive pacotes com este fim, que exigem investimento entre US$ 11 mil e US$ 14 mil só para o programa médico. No entender das famílias, uma das vantagens é garantir a cidadania americana para o bebê.

Há dez dias, Patricia Brito, de 40 anos, desembarcou no Rio com o filho Noah, então com pouco mais de 1 mês, vindo de Miami. A vontade de viajar surgiu no início da gravidez, depois que ela assistiu a uma palestra do programa “Ser mamãe em Miami”, criado pelo pediatra brasileiro Wladimir Lorentz em 2015.

Patricia obteve mais informações sobre a experiência em grupos de WhatsApp que reúnem grávidas e mães ainda nos Estados Unidos ou já de volta. Mas só quando estava na 32ª semana de gestação é que ela e o marido, ambos funcionários públicos, conseguiram as licenças necessárias no trabalho e tomaram a decisão. Compraram passagens, alugaram um apartamento e rumaram para a América do Norte. Sem medo, conta ela:

— As mulheres dizem que são bem acolhidas, o que anima. Durante a gravidez, cuidei bem da minha alimentação e me preparei financeira e emocionalmente. Quando cheguei a Miami, tive uma consulta com o pediatra e quatro obstetras. Passamos por mais de um profissional para podermos escolher quem queríamos que nos acompanhasse — conta a mãe. — O programa solicita que apresentemos alguns exames e exige outros que temos que fazer lá.

Um dos parceiros do “Ser mamãe em Miami” é o hospital Mercy, com uma ala dedicada a pacientes internacionais e suítes privadas e espaçosas. Gestantes de países como Itália, Japão, China, Venezuela e Colômbia também procuram o local, onde metade dos 900 atendimentos já realizados desde 2015 pelo programa foi de brasileiras, residentes em sua terra natal ou não.

Patricia Brito espera que, com dupla nacionalidade, o filho tenha mais oportunidades:

— Não sabemos o que nos espera em nosso país, na situação em que estamos. Se tiver a oportunidade de engravidar novamente, gostaria de repetir a experiência. Como nasceu nos Estados Unidos, o Noah tem os direitos de um americano. Pode de estudar em colégios públicos americanos, trabalhar legalmente, e, se quiser, morar lá.

Além dos cuidados médicos, o programa apoia os futuros pais em questões como estadia durante a viagem, compras do cotidiano, enxoval do bebê (orientado por uma personal shopper) e documentos a providenciar. O pós-parto tem serviços como o acompanhamento de um pediatra especializado em amamentação. A indicação é que a família volte para casa 45 dias depois do nascimento, quando o bebê já terá as vacinas necessárias para fazer uma viagem segura.

Para participar do “Ser mamãe em Miami”, é preciso ter até 35 semanas de gestação no embarque. Lorentz, que vive há 34 anos nos Estados Unidos, teve a ideia de criar o programa ao notar o interesse de mulheres russas por fazer seus partos no país. O objetivo das pacientes, garante, vai além de garantir um passaporte americano para os filhos.

— Há pacientes que vêm para ter mais chance de fazer um parto normal, o que é mais difícil no Brasil. Tivemos algumas que vieram para cá na época da zika, para evitar a contaminação. Outras vêm estudar e querem que os filhos nasçam aqui — afirma o médico.

Interessados poderão assistir a uma nova palestra na Barra, no dia 27 de julho, das 18h às 20h. É preciso se inscrever pelo e-mail info@sermamaeemmiami.com e levar uma lata de leite ou outro item necessário para os cuidados com o bebê, que será doado para a Casa Maria de Nazaré, na Rocinha.

Fonte: O GLOBO

This Post Has 3 Comments

Leave a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *