Alergias respiratórias:entenda

Crescem os casos de alergias respiratórias nesta estação do ano quando ocorre a chamada inversão térmica.

Pacientes de todas as idades lotam os consultórios de alergia com as mais diversas queixas respiratórias, sendo que as crianças e idosos são os que mais sofrem. São queixas que vão desde falta de ar, nariz entupido, crises de espirros, resfriados freqüentes até quadros mais complicados de tosse crônica.

Segundo a doutora Mônica C. de Lima Pires , responsável pelo ambulatório de alergia da Clínica de Imunização e Alergia, crianças costumam ser acometidas em média de 2 à 9 processos virais por ano com duração de até 14 dias. Os quadros que ultrapassam esse número de dias podem se tratar de episódios alérgicos, dentre esses: crises de rinite, sinusites, e até mesmo asma bronquica e outras afecções alérgicas, geralmente desencadeadas não só pelos vírus, mas também por inúmeros outros fatores ambientais inespecíficos como poluentes ambientais, mudanças climáticas, odores fortes, fumaça de cigarro, além de fatores específicos geralmente intra-domiciliares, dos quais a poeira domestica, os ácaros e alguns tipos de fungos ou mesmo epitélio de animais (cão e gato) são os mais freqüentes.

Segundo a doutora, muitos pacientes nem sabem que sofrem de alergia, muitas vezes chegando ao consultório encaminhados por outros especialistas.

No ambulatório da Clínica de Imunização e Alergia esses pacientes são submetidos à testes cutâneos de rápida e simples realização, quando se diagnostica o fator ou fatores desencadeantes da alergia do paciente.

Esses testes além de indolores são de fundamental importância, juntamente com a história clínica, para uma correta condução do tratamento alérgico, seja afastando o agente causal, através de um rigoroso controle ambiental e também se instituindo, quando for o caso, tratamento de dessensibilização com vacinas.

A doutora ainda alerta para o perigo do uso das conhecidas gotas nasais, que levam um alivio imediato das obstruções nasais, mas que a um curto período de tempo podem causar uma rinite medicamentosa no paciente.

Muitos pacientes freqüentemente acham que a asma é sinônimo de falta de ar, mas muitas vezes pode-se ter o que se chama de Asma Silenciosa, onde outros sinais como sensação de pressão no peito, tosse persistente, cansaço aos esforços, são sinais de alerta para um possível componente inflamatório dos brônquios, afecção essa que se não devidamente tratada, pode evoluir para quadros mais graves.

Já em pacientes idosos, um quadro de Asma de aparecimento tardio, algumas vezes pode estar relacionado ao uso de determinados medicamentos utilizados freqüentemente em doenças cardiovasculares, em casos de glaucoma ou mesmo processos reumatológicos.

Vem crescendo, também, o numero de atendimentos por afecções dermatológicas, onde até pouco tempo apenas os dermatologistas eram procurados, hoje sabe-se que muitos dos quadros vistos têm relação com reações alérgicas ocasionadas por medicamentos, alimentos, corantes, conservantes, além de outra gama de substancias as quais entram em contato com a nossa pele diariamente, levando a uma sensibilização.

Daí cresce a cada dia a importância do médico alergista, no papel de investigador, face a uma exposição cada vez maior e freqüente que sofremos dos poluentes ambientais.

Dra. Mônica Pires